22 de abril de 2014

Curta o circuito

São Paulo é um mega hub/ imã de arte contemporânea, e no gancho da feira peso-pesado Sp Arte que acabou há alguns dias, exposições abriram em galerias, em eventos paralelos pela cidade. Se você não é  um profissional da área e quer se beneficiar da arte enquanto forma de pensar e ver o mundo, e estando em São Paulo, sugiro um passeio pelas galerias sediadas aqui. O que é a meu ver, uma abordagem muito mais produtiva e interessante do que ir à feira. Não que ela não seja um passeio divertido e um retrato fiel do mercado, mas o que sinto quando vou a eventos desse tipo é que a proposta expositiva sempre solapa a necessidade de respiro_em termos de tempo e espaço_ que arte precisa pra crescer nos corações e mentes. Não que arte não possa ser dessacralizada e estar em toda parte, inclusive num grande mercado de luxo, mas pra se beneficiar das reflexões que ela nos propõe, o tempo e o espaço precisam ser dilatados. Ou seja, pra falar do business, nada melhor que a feira, pra falar de arte, nada melhor que exposições nas galerias, museus e espaços de definição mais complexa, que podem ser considerados no limite entre um museu e uma galeria, como o surpreendente e vivo "Pivô"_ no edifício Copan.

Registro nas imagens abaixo o passeio pela Sp Arte 2014 e outros dois que amei. Pelo espaço Pivô, citado acima_ e outro, pela galeria Fortes Vilaça, da Barra Funda, onde está a  expo "Polvo" de Adriana Varejão. Nesse novo trabalho, que tem por trás 15 anos de pesquisa, Varejão aborda o tema diversidade racial brasileira a partir de uma caixa contendo 33 tubos de tintas _ esse é o objeto de arte matriz da exposição, e dá origem às outras obras. Na caixa, as cores são denominações de tons de pele, em nomes poéticos e inusitados como "Rosa sapecado", "Retinta", "Cabocla", "Chocolate", "Morenão". Utilizando essas cores, Varejão interfere em retratos seus feitos por outros artistas, com motivos gráficos que remetem às pinturas corporais indígenas. Um trabalho primoroso de síntese e reflexão sobre a miscigenação racial brasileira, com sensibilidade, delicadeza e sutileza. Soft power total...! Vá e sinta o que te desperta.

Exposição "Polvo" de Adriana Varejão, até dia 17/5/14 na Galeria Fortes Vilaça_ unidade da Barra Funda. Rua James Holland, 71, São Paulo. www.fortesvilaca.com.brTer a sex das 10 às 19h, sab 10 às18h. Grátis

Pivô: Edifício Copan. Av. Ipiranga, 200, lj 54, Centro, São Paulo. www.pivô.org.br
ter a sex de 13 às 20h, sab de 13 às 19h. Grátis exposição comemorativa de 25 Ano da Casa Triângulo até dia 27/04/14


Estar ao ar livre, na entrada da Sp Arte, no Ibirapuera



 Prédio da Bienal ocupado pela SP Arte 2014
                         


Obra de Leda Catunda no stand da galeria Fortes Vilaça



Detalhe da obra de Leda Catunda



Obra de Anish Kapoor



Margin of accident/ Running Gag de Damián Ortega, na White Cube



Trabalhos de Julian Schnabel e Franz West, da galeria Gagosian



Obra de Vik Muniz, Pictures of Magazine 2: Nimphes, after Claude Monet, 2013
da galeria Nara Roesler



Vik Muniz em Pictures of Magazine 2: Summer in the City, after Edward Hopper, 2012



Detalhe de trabalho de Vik Muniz



Obra de Sônia Gomes no stand da Mendes Wood



Leonora Weissman na AM galeria



Obra em um dos stands



Pintura dos Gêmeos



Beatriz Milhazes em Madame Caduvel, de 2006, ao custo de US$ 2.200.000,00




Edifício Copan
















Obra da artista portuguesa Joana Vasconcelos no Pivô





































Vik Muniz na abertura da exposição de Adriana Varejão




Um comentário:

Anônimo disse...

Ei Manu, não pude ver nenhuma das exposições citadas e foi muito bom vê-las aqui através da sua janela.Obrigada por compartilhar conosco seu "Dandismo" nas terras paulistanas. bj! (Claudia D. / MG)